domingo, 12 de julho de 2015

Professores do IFPI rejeitam proposta do governo: greve completa 1 mês

Cortes no orçamento causam paralisação de reformas e até corte em viagens e diárias

Em assembléia realizada na manhã desta quinta-feira (02) os professores do IFPI rejeitaram a proposta de reajuste salarial do MEC. A proposta era para um reajuste de 21% dividido em quatro anos. Segundo a direção do SINDIFPI, o reajuste proposto não cobre as perdas salariais, que chegam a 27,3%. O movimento grevista do IFPI foi deflagrado em 28 de maio. Dos 17 campi no Piauí, 13 estão sem aulas. Os números apontam uma adesão de 80% do corpo docente. 

O reajuste proposto seria dividido em 5,5% em janeiro de 2016, 5,75% em janeiro de 2017, 4,75% em janeiro de 2018 e 4,5% em janeiro de 2019. Patrícia Andrade, da direção do SINDIFPI, disse que as perdas com a inflação só neste ano já beiram os 10%. “Com o cenário atual, não podemos imaginar que a inflação irá perder força. O reajuste proposto não cobre as perdas”, informou. 

Segundo a direção do SINDIFPI, a rede de ensino do IFPI congrega mais de mil professores, entretanto, este número não é suficiente. A defasagem no número de professores é maior nos cursos de humanas, em especial, nas disciplinas de Filosofia e Sociologia. A carga horária desses profissionais é de 18 a 20 horas semanais,  o que deixa algumas turmas sem atendimento.  “O corte no orçamento da  pasta de Educação já reflete no IFPI. Já estamos no mês de julho e ainda não temos um orçamento para aprovado.  A direção está escolhendo o que pagar no mês. Além de viagens suspensas por falta de diárias, além de reformas estruturais que foram adiadas. O corte de R$ 9,4 bi não condiz com o incentivo dado ao Agronegócio, por exemplo, que foi R$ 120 bi”, informou Patrícia.  

Lorrayna Santana, estudante do primeiro ano em saneamento ambiental, disse que se solidariza com o movimento. “Eu me alio à luta do professor. Ela também é minha luta. Faço parte porque eles estão lutando pelo meu futuro, pela minha educação”. O professor de português Francisco José de Sousa, disse estar preocupado com a greve. “Todo professor fica preocupado com a greve. É a última alternativa. O sindicado optou por esta ação porque não obtinha nenhuma resposta do MEC. O MEC não recebeu os professores e como não recebeu, o movimento de greve foi deflagrado. É uma medida dolorosa, tanto para o corpo docente quanto para os discentes. Quem perde muito é o alunado, principalmente os de 3º e 4º ano que vão fazer o Enem”, finalizou.

Fonte: Portal Vooz

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