Cortes no orçamento causam
paralisação de reformas e até corte em viagens e diárias
Em assembléia realizada na
manhã desta quinta-feira (02) os professores do IFPI rejeitaram a proposta de
reajuste salarial do MEC. A proposta era para um reajuste de 21% dividido em
quatro anos. Segundo a direção do SINDIFPI, o reajuste proposto não cobre as
perdas salariais, que chegam a 27,3%. O movimento grevista do IFPI foi
deflagrado em 28 de maio. Dos 17 campi no Piauí, 13 estão sem aulas. Os números
apontam uma adesão de 80% do corpo docente.
O reajuste proposto seria
dividido em 5,5% em janeiro de 2016, 5,75% em janeiro de 2017, 4,75% em janeiro
de 2018 e 4,5% em janeiro de 2019. Patrícia Andrade, da direção do SINDIFPI,
disse que as perdas com a inflação só neste ano já beiram os 10%. “Com o cenário
atual, não podemos imaginar que a inflação irá perder força. O reajuste
proposto não cobre as perdas”, informou.
Segundo a direção do
SINDIFPI, a rede de ensino do IFPI congrega mais de mil professores,
entretanto, este número não é suficiente. A defasagem no número de professores
é maior nos cursos de humanas, em especial, nas disciplinas de Filosofia e
Sociologia. A carga horária desses profissionais é de 18 a 20 horas semanais,
o que deixa algumas turmas sem atendimento. “O corte no orçamento da
pasta de Educação já reflete no IFPI. Já estamos no mês de julho e ainda
não temos um orçamento para aprovado. A direção está escolhendo o que
pagar no mês. Além de viagens suspensas por falta de diárias, além de reformas
estruturais que foram adiadas. O corte de R$ 9,4 bi não condiz com o incentivo
dado ao Agronegócio, por exemplo, que foi R$ 120 bi”, informou Patrícia.
Lorrayna Santana, estudante
do primeiro ano em saneamento ambiental, disse que se solidariza com o
movimento. “Eu me alio à luta do professor. Ela também é minha luta. Faço parte
porque eles estão lutando pelo meu futuro, pela minha educação”. O professor de
português Francisco José de Sousa, disse estar preocupado com a greve. “Todo
professor fica preocupado com a greve. É a última alternativa. O sindicado
optou por esta ação porque não obtinha nenhuma resposta do MEC. O MEC não
recebeu os professores e como não recebeu, o movimento de greve foi deflagrado.
É uma medida dolorosa, tanto para o corpo docente quanto para os discentes. Quem
perde muito é o alunado, principalmente os de 3º e 4º ano que vão fazer o
Enem”, finalizou.
Fonte: Portal Vooz
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